domingo, 21 de junho de 2015

Leituras avulsas (2)


Ordinariamente todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o Estadista. E assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política de acaso, política de compadrio, política de expediente. País governado de acaso, governando por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e por influência de camarilha, será possível conservar a sua independência? - Eça de Queiroz, "O Distrito de Évora", 1867.




Quando o real é habitado por figuras liliputianas em cujos rostos se descobrem os  perfis mais óbvios da sua intransigência civilizacional devemos agradecer. Gratidão pela transparência mais óbvia pela orgia do dinheiro, do "lixo do luxo" que os alimenta em convenientes arranjos para cimentar os seus privilégios de classe sem "classe". A venda da TAP diz tudo desta metáfora de merceeiros sem moral. As declarações de órgãos de soberania, ecos das metáforas criadas pelo ilusionismo de falsos mitos revelam como nos palácios de papel apenas moram funcionários e tribunos das palavras gastas - a avidez antiga.

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