sábado, 27 de junho de 2015

Leituras avulsas (3)

Tivessem os burocratas algum sentido de cidadania, alguma ideia de memória, algum conhecimento da História Europeia e da sua cultura e estaríamos hoje a procurar uma solução real e digna para com os povos, os cidadãos da Europa. Balzac, Fitzgerald ou Victor Hugo escreveram no fim do século XIX obras eternas sobre essa doença do luxo, do dinheiro como representação da única decência que se conhece. Com a saída da Grécia é não só ela que cai é sobretudo a Europa. A Europa é hoje apenas um conjunto instrumentalizado de agiotas e para quem conhecer a personagem de Os Miseráveis sabe que Jean Valjean terá bem mais honra que os afamados cientistas sociais que moram à sombra da Alemanha.

1. Em Bruxelas organiza-se um golpe de estado em Atenas - (Daniel Oliveira)

2. Mitos e falácias sobre a Grécia - (João Cari)

3. A Ficção Grega -  (Clara Ferreira Alves)

A Europa burocrática

Bater nos gregos tornou-se uma espécie de desporto nacional. Tem várias versões, uma é bater no Syriza, outra é bater nos gregos propriamente ditos e na Grécia como país. As duas coisas estão relacionadas, bate-se na Grécia porque o Syriza resultou num incómodo e, mesmo que o Syriza morda o pó das suas propostas, – que é o objectivo disto tudo, – o mal-estar que existe na Europa é uma pedra no orgulhoso caminho imperial do Partido Popular Europeu, partido de Merkel, Passos e Rajoy e nos socialistas colaboracionistas que são quase todos que os acolitam. É isto a que hoje se chama “Europa”.

Se não fosse sinal de coisas mais profundas, e péssimas, seria um pouco ridículo que nós portugueses nos arrogássemos agora o direito moral de bater nos gregos. Somos mesmo um belo exemplo! Ah! Fizemos o “trabalho de casa” e isso dá-nos a autoridade moral, “sacrificamo-nos” para ter agora esta gloriosa “recuperação” e os gregos não, Passos Coelho dixit. Para além de estar certamente a falar para a Nova Democracia e para o Pasok e não para o Syriza, o balanço do “ajustamento” grego foi devastador para a economia e para a sociedade. Porquê? Nem uma palavra. Ninguém fala da “herança” do Syriza, recebida em princípios de 2015, das mãos de dois partidos da aliança dos “ajustadores”, a Nova Democracia irmã da CDU, do PP espanhol e do PSD e do CDS português, que governou a Grécia com a eficácia que conhecemos e pelo PASOK, irmão do PS, que a co-governou. Eram esses que a “Europa” queria que ganhassem as eleições.

Só que os gregos “não fizeram o trabalho de casa”… e por isso tem que ser punidos. Caia o Syriza na lama, e venha um qualquer outro governo dos amigos e ver-se-á como muita coisa que é negada ao Syriza será dada de bandeja ao senhor Samaras e os seus aliados. O problema não é o pagamento aos credores, não é a “violação das regras europeias” (quais?), não é uma esforçada dedicação pela “recuperação” da Grécia, é apenas e só político: não há alternativa, não pode haver alternativa, ninguém permitirá nesta “Europa” nenhuma alternativa que confronte o poder dos partidos do PPE e seus gnomos de serviço socialista, porque isso fragiliza aquilo que para eles é a Europa.

A ideia de que a Grécia não é um Estado ou que é um “país falhado” é um absurdo. A julgar por esses critérios muitos países da Europa não são Estados, a começar pelo “estado espanhol” aqui ao lado e a acabar nalgumas construções de engenharia política ficcional que a Europa ajudou a criar nos Balcãs, seja o Kosovo, seja mesmo a bizarra FYROM. É evidente que a Grécia não é a Alemanha, mas Portugal também não é. A Grécia não é a França, mas vá-se à Córsega perguntar pela França, ou mesmo às zonas dialectais do alemão na Alsácia. Ou então a esses territórios muito especiais da União Europeia, sim da União Europeia, que são por exemplo a Reunião e Guadalupe, “departamentos franceses do ultramar”.

A Grécia é a Grécia, muito mais parecida com Portugal naquilo é negativo que os que hoje lhe deitam pedras escondem, e bastante menos parecida com Portugal, numa consciência nacional da soberania, que perdemos de todo. No dia da vitória do Syriza, o que mais me alegrou, sim alegrou, como penso aconteceu a muita gente, à esquerda e à direita, não foi que muitos gregos tenham votado num “partido radical” ou num programa radical, ou o destino do Syriza, mas sim o facto de que votaram pela dignidade do seu pais, num desafio a esta “Europa” que agora os quer punir pelo arrojo e insolência. Escrevi na altura e reafirmo que mais importante do que a motivação de acabar com a austeridade, foi o sentimento de que a Grécia não podia ser governada por uma espécie de tecnocratas a actuar como “cobradores de fraque” em nome da Alemanha. Por isso, mais grave do que o esmagamento do Syriza, que a actual “Europa” pode fazer como se vê, é o sinal muito preocupante para todos os que querem viver num país livre e independente em que o voto para o parlamento ainda significa alguma coisa. Nisso, os gregos deram uma enorme lição aos nossos colaboracionistas de serviço, que andam de bandeirinha na lapela.

Voltemos ao não-pais. A Grécia é um país muito mais consistente na sua história recente do que muitos países europeus, principalmente do Centro e Leste da Europa. Tem dois factores fortíssimos de identidade nacional, a religião ortodoxa e a recusa do “turco”. E foi “feita” por eles. Vão perguntar ao fantasma de Hitler o que ele disse da Grécia quando a invadiu e não disse de nenhum outro país e vão perguntar aos ingleses que apoiaram os resistentes gregos, duros, ferozes e muitos deles, como em Creta, “bandidos da montanha”. Sem Estado.

Esta identidade nacional dá para o mal e para o bem, como de costume, mas existe. Muitas aventuras militares e políticas resultaram dessa forte identidade e da relação mítica e simbólica com o passado, como seja a invasão da Anatólia numa Turquia em crise pós-otomana para reconstituir a Grande Grécia clássica e bizantina, ou as reivindicações sobre o Epiro albanês, ou mesmo a pressão contra a existência da Macedónia como estado. A aventura de Venizelos e a Megali Idea foi uma das grandes tragédias do século XX, apoiada irresponsavelmente pelos ingleses, mas mostram como é ligeiro apresentar a Grécia como um “não país”, quando nesses anos as poucas cidades “civilizadas” nessa parte do mundo não eram Atenas, mas Salónica e Esmirna. Esmirna, incendida pelos turcos e Salónica purgada dos seus judeus por Hitler.

O argumento “geográfico” das ilhas para afirmar que a Grécia “não é um estado” então é particularmente absurdo. A Grécia tem centenas de ilhas e a Indonésia milhares. Então a Indonésia também não é um país? É-o certamente menos do que a Grécia, visto que a diversidade rácica, linguística e religiosa da Indonésia é muito maior e mais complicada do que as ilhas gregas cujo cimento, até mesmo a Rodes, que fica bem em frente da costa turca, é de novo, a religião e a história.

Os gregos, povo de comerciantes e marinheiros, são um alvo fácil, como os camponeses do Sul de Itália e os alentejanos, para os do Norte industrial e “trabalhador”. É um estereótipo conhecido: ladrões, vigaristas e, acima, de tudo preguiçosos. Por isso “enganaram a Europa” e querem viver á nossa custa. A Grécia enganou a Europa? Sim with a little help from my friends. A Europa ajudou activamente a Grécia a falsificar os números, a Alemanha em particular, enquanto isso lhe interessou. E nós? Só para não ir aos inevitáveis exemplos socráticos, vamos para este governo e bem perto de nós. Com que então a TAP foi comprada por um português? O brasileiro-americano o que é, o consultor para a aviação? De onde veio o dinheiro, a pergunta que se faz sempre aos remediados, que já são vigiados por 1000 euros, e ninguém faz aos ricos e poderosos? Para que é esta cosmética? Para enganar a União Europeia dando a entender que a TAP foi comprada por um cidadão da União. O truque é tão evidente, que muito provavelmente, como aconteceu com os gregos, a União Europeia já assinou de cruz pelas aparências porque lhe convém. Atirem pois mais uma pedra aos gregos.

Os gregos não querem pagar impostos? Não, não querem, mas nós portugueses também não queremos. Há uma diferença, é que em Portugal se aceitou nos últimos anos, um poder fiscal muito para além do que é aceitável numa democracia. Será que é isso a que se chama “fazer o trabalho de casa”, ter um Estado? Já agora, as estatísticas da economia informal na Europa são muito interessantes. Sabem que Estados tem uma economia informal muito superior à grega? A Noruega, a Suíça, o Luxemburgo, a Dinamarca, a Finlândia e… a Alemanha.

A questão mais importante e que merece ser analisada e discutida mais a fundo, não é a Grécia e muito menos o destino do Syriza. É a mudança de carácter da União Europeia, da “Europa”, nestes anos de crise. A hegemonia alemã é um facto, mas a principal mudança foi a substituição de um projecto europeu de paz e solidariedade, por um projecto de poder. A substância desse poder é a hegemonia política do Partido Popular Europeu que, apoiado pelo papel do governo alemão, mas indo para além dele, transformou o “não há alternativa” na legitimação de todos os governos conservadores, muitos dos quais viraram francamente à direita nestes anos. Esses governos recebem todas as complacências (como Portugal a quem se fechou os olhos nos falhanços na aplicação do memorando) e todos os apoios.


A “Europa” é hoje a principal aliada eleitoral e de governo de partidos como o PSD em Portugal e o PP em Espanha, interferindo qualitativamente nas eleições nacionais e transformando o reforço do poder comunitário num instrumento de poder “europeu”. Hoje qualquer passo que reforce a “Europa” reforça o PPE e o “não há alternativa”. Esta não é a Europa dos fundadores, é a Europa dos partidos mais conservadores, com os socialistas à arreata. Não terá um bom fim e, nessa altura, muita gente lembrará a Grécia.

José Pacheco Pereira, "A Europa que nos envergonha", (Via Público, 27.06.15)

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Leituras - Tudo o que conta

“A ficção está acima da verdade. Num outro patamar moral e estético, artístico. A verdade na memória remete para uma verdade mais objectiva, algo que terá acontecido. Terá ele visto? Terá ele dito? Terei sentido? Será que fomos? Eu adoro a memória. A nossa vida acaba por ser só memória. Está sempre a ir embora a todo o tempo, a mudar.”

James Salter é um desconhecido entre nós. Há escritores assim que estão um pouco acima de modas, descobertas, campanhas de divulgação. James Salter é amplamente conhecido em diferentes países, mas sobretudo nos Estados Unidos da América. É um artesão de palavras, um decifrador do que em cada momento pode ser uma memória, um gesto de pequena eternidade que prolonga esta respiração carente e celestial para algo mais largo, mais permanente. Tudo o que conta é o primeiro livro de James Salter publicado em Portugal e foi o seu último livro. Tudo o que conta seria uma história quase banal se o seu autor não fosse um grande escritor. É a história de muitos cidadãos da América que durante a 2ª guerra mundial eram jovens, nela combateram e depois dela construíram uma vida. Piloto de aviões no Pacífico James Salter conta-nos essa vida à procura de qualquer coisa de essencial rumando contra o tempo.

Tudo o que conta é um romance sobre o tempo presente, e onde se juntam um jogo literário que concilia a informação real na ficção e na memória, como ela pôde ser construída. A procura de uma verdade na memória, a procura de um sentido biográfico da sua vida, do piloto de aviões, do editor literário, dos insucessos na vida sempre à conquista de qualquer valor de permanência. Na verdade a vida que temos é apenas um discurso vivido da memória, pois a vida  como Salter dizia "está sempre a ir embora".  

Muitas vezes a nossa vida é só um sonho, e o que fizemos ou sentimos ou amamos tornou-se uma sombra onírica. Philip Bowman, o alter-ego de Salter vive neste livro esta história de Pearl Harbour, desse herói e das dificuldades de numa sociedade sem guerra construir alguma perenidade. As memórias construíram esse registo do que poderia ter sido a vida desse rapaz, dessa geração, e o registo do que foi uma vida, os caminhos respirados de uma existência. O livro busca ainda essa decifração do que foi o significado de Pearl Harbour na América. E procura-o buscando a pedra essencial tentando ouvir o som das palavras, o seu cheiro na vida das pessoas, o seu registo na memória, a única alma viva de de uma vida.

domingo, 21 de junho de 2015

Leituras avulsas (2)


Ordinariamente todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o Estadista. E assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política de acaso, política de compadrio, política de expediente. País governado de acaso, governando por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e por influência de camarilha, será possível conservar a sua independência? - Eça de Queiroz, "O Distrito de Évora", 1867.




Quando o real é habitado por figuras liliputianas em cujos rostos se descobrem os  perfis mais óbvios da sua intransigência civilizacional devemos agradecer. Gratidão pela transparência mais óbvia pela orgia do dinheiro, do "lixo do luxo" que os alimenta em convenientes arranjos para cimentar os seus privilégios de classe sem "classe". A venda da TAP diz tudo desta metáfora de merceeiros sem moral. As declarações de órgãos de soberania, ecos das metáforas criadas pelo ilusionismo de falsos mitos revelam como nos palácios de papel apenas moram funcionários e tribunos das palavras gastas - a avidez antiga.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Um governo de medo e mentira (IX) - Os think tank

Evita o olhar dos mortais que o rodeiam
Esconde-se em mentiras que mesquinhas serpenteiam
 - GNR (Valsa dos Detetives)

A esquerda que se diz, mas que apenas pretende imitar os seus gostos de luxo e ostentação, não compreende que todo o quadro civilizacional de regresso ao País salazarento está  a processar-se por uma ideia de visão do mundo contra as pessoas e de favorecimento exclusivo de minorias privilegiadas. Esta esquerda, a que o PS pertence por exclusão de partes é incapaz de compreender de como antes de qualquer ideia torna-se necessário saber o que queremos. Quando não se sabe para onde se quer ir, fazem-se todos os erros que são conhecidos. O governo de ultra-direita, o neoliberalismo da banca e dos privados sabe muito bem onde quer chegar, à diplomacia social de Salazar. 


Neste processo um exército de pensadores elevados, sim e de uma coerência ética de primeiro plano alimentam esta rapina aos direitos das pessoas e à própria substância social e económica do Estado. Os CTT, a TAP, O Oceanário, ou os transportes colectivos de Lisboa são só uma forma de entregar aos amigos os privilégios e os lucros, no triunfalismo de quem tudo pode. Raptadas as instituições do Estado, com papel decisivo para o Presidente da República, simples eco do governo, esquecidas as instituições intermédias, sossegadas em consciências de domingos sem ética, como a Igreja, o pobre País é vendido para o sorriso do cinismo dos que todos os dias provam a grandeza dos seus hábitos.

Na Quadratura do Círculo Lobo Xavier e Jorge Coelho (23 de Abril de 2015) revelam como o País está entregue à indiferença de o pensar e ao privilégio de tudo controlarem pelo dinheiro e influência. O sorriso cínico do primeiro quando se desmonta a visão do mundo encharcado apenas pelo dinheiro dá-nos muito das mentiras de um exército que nos media, escondidos em comentadores sábios atiram contra qualquer ideia que não seja o proveitoso lucro de quem sabemos, os do costume. 

Em Jorge Coelho revela-se a incapacidade de compreender o que é uma dinâmica social e confunde análise com propaganda. Regista Max Weber, como uma receita, sem compreender o que significa pensar e estruturar a organização social. Nas entrelinhas, a autocracia de direita impões formas únicas, colocando em formas de direito divino, as suas pretensões ideológicas. A usura da dignidade emula em discursos de circunstância, a tirania social. A esquerda, ou a que a eleva em bandeiras de pouca convicção, como o PS dorme o sono da intransigência, do quase nada em que se levanta, de um País de pessoas sem futuro.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Um governo de medo e mentira (VIII) - a propaganda da salvação

"From the days ok John the Baptist
Until now, the Kingdom of Heaven suffereth
Violence, and the violent bear it away." - Mattew, 11:12

Acreditais pouco nesta nossa força, que em assembleias de fé nos dão as garantias de tudo o que faremos. O fim de passivos externos, aprovadas em coligações de força e esperança na nossa palavra, a débil palavra de quem é irrevogável e as outras todas, as verdades ausentes de espírito, que os outros não entendem. 

A do crescimento sustentável, como uma profecia de beleza e pão. A da descontinuação do desemprego, mesmo que seja em orações de formação profissional para cozinheiras saberem fazer flores de papel, ou da emigração incentivada, mas que não era incentivada, pois nem todos os fiéis guardam no coração a palavra sábia, ou as ocupações não pagas, como altruísmo de cristãos empenhados. A do fim da pobreza de funcionários, nem que seja tão longe como o céu dos esquilos, de uma outra década. 

E os velhinhos, coitados a quem de modo altruísta, como só a nossa coligação sabe ser, poderemos ter de cortar coisa pouca. E sim, daremos ao pobre País, um grande País, o maior, o universal, o dos mares, sulcados por submarinos de luz, e onde toda a função social do Estado se cumprirá. Acreditemos, pois esta é uma assembleia de esperança, de salvação pura para o céu que havemos de conquistar, como as manhãs gloriosas dos outros, mas que são só nossas. Do dinheiro, da finança, do poder político reinvestido nos bancos e das nossas grandezas eternas, a nossa justa palavra que tudo nos diz e tudo nos dará. 

É verdade que existem escolas e universidades, jornais e televisões, uns tipos que pensam qualquer coisa, mas nós pensamos tudo. Temos a esperança dos nossos think thank, as nossas formas vitais de pensar, as agências que irão garantir a salvação que aqui deixamos, nesta esperança maior.

As palmas, as mãos, o olhar do srº irrevogável dizem tudo, aos que não forem cegos de nascença. O tempo, essa medida paradoxal, que nos convoca a identificar o sentido da nossa existência. Os nomes e as coisas, como o disse Sophia convoca-nos para que sejamos nós a reescrever o sentido das nossas vidas. Somos nós individualmente que devemos criar o que pensamos ser o mundo que recebemos, e dar-lhe um sentido. Não são assembleias de crentes, sem palavra substantiva, a criar o céu que apenas albergam os eleitos de sempre. Pensemos nisso.