quarta-feira, 29 de julho de 2015

Os sonhos de Vincent ... by Akira Kurosawa


Akira Kurosawa definiu num filme dos anos oitenta, os seus sonhos, ou a sua visão de uma forma de ser humanidade, as esperanças possíveis num mundo de sombras. Num deles retratou os sonhos de Vincent, a partir do quadro Corvos. A junção de um pintor que inventou a ar contemporânea com um dos cineastas de maior relevo no Japão do século XX.

domingo, 12 de julho de 2015

Estar acordado ... para a vida!

The morning, which is the most memorable season of the day, is the wakening hour. Then there is at least somnolence in us; and for an hour, at least, some part of us awakes which slumbers all the rest of the day and night. Little is to be expected of that day, if it can be called a day, to which we are not awakened by our Genius, but by the mechanical nudgings of some servitor, are not awakened by our own newly acquired force and aspirations from within, instead of factory bells, and a fragrance fills the air — to a higher life than we fell asleep from; and thus the darkness bear its fruit and prove itself to be good, no less than the light. (...)

The millions are awake enough for physical labor; but only one in a million is awake enough for effective intellectual exertion, only one in a hundred million to a poetic or divine life. To be awake is to be alive. I have never yet met a man who was quite awake. How could I have looked him in the face?

We must learn to reawaken and keep ourselves awake, not by mechanical aids, but by an infinite expectation of the dawn, which does not forsake us in our soundest sleep. I know of no more encouraging fact than the unquestionable ability of man to elevate his life by conscious endeavor.

Leituras - Caminhada

...

sábado, 11 de julho de 2015

Leituras - Carta a um Refém

Quando, em Dezembro de 1940, atravessei Portugal de passagem para os Estados Unidos, Lisboa surgiu-me como uma espécie de paraíso luminoso e triste. Falava-se então muito da invasão iminente, e Portugal apegava-se  à ilusão da sua felicidade. Lisboa, que organizara a mais encantadora exposição que já se vira no mundo, sorria com um sorriso um tanto pálido, semelhante ao daquelas mães que, não tendo notícias de um filho que está na guerra, se esforçam por o salvar através da sua confiança:" O meu filho está vivo, porque eu estou a sorrir...", "Vejam como estou feliz, tranquila e bem iluminada...", assim dizia Lisboa. O continente inteiro pesava sobre Portugal como uma montanha selvagem cheia de tribos predatórias; Lisboa em festa desafiava a Europa:"Como poderão tomamr-me por alvo quando tenho tanto cuidado em não me esconder! Quando eu sou tão vulnerável!..." (...)
Portugal ignorava o aptetite do monstro. Negava-se a acreditar nos maus indícios. Portugal falava da arte com uma confiança desesperada. Atrever-se-iam a esmagá-lo com o seu culto pela arte? Portugal tinha posto a descoberto todas as suas maravilhas. Atrever-se-iam a esmagá-lo com todas as suas armadilhas? Mostrava os seus grandes homens. Na falta do exército, na falta de canhões, erguera, contra todo o ferro do invasor, todas as suas sentinelas de pedra: os poetas, os exploradores, os conquistadores. Na falta de exército e de canhões, todo o passado de Portugal obstruía o caminho. Atrever-se-iam a esmagá-lo perante a herança do seu passado glorioso? E, debaixo do seu sorriso, eu achava Lisboa mais triste do que as minhas cidades extintas. 

Conheci famílias um pouco excêntricas que conservavam à mesa o lugar de um morto. Negavam o irreparável. Não julgo, porém, que esse desafio seja consolador. Os mortos devem ser considerados mortos. No seu papel de mortos, encontram outra forma de presença. Tornavam-nos ausentes eternos, convivas atrasados para a eternidade. Trocavam o luto por um espera sem conteúdo. E essas casas pareciam-me mergulhadas num mal-estar irremediável tão sufocante como o desgosto, mas de uma outra maneira. (...) Portugal tentava acreditar na felicidade, mantendo-lhe o lugar e conservando os seus candeeiros e a a sua música. Em Lisboa, representava-se a felicidade, para que Deus acreditasse mesmo nisso" (págs. 13-15)

De um livro de amizade a um judeu na França ocupada, serviu muito também para apresentar uma conversa, um diálogo de ideias com a França de 43. Livro de experiências pessoais de Saint-Exupéry revela muito das cinzas do mundo entregue à coragem de lutar contra a tirania. Revela também essa ociosidade de lamparinas de verniz que era o manto de vida de uma burguesia de regime e essa sonolência que o País era e continua a ser, as sombras de estátuas na reverência aso grandes, mesmo que ditadores do Ser. 

terça-feira, 7 de julho de 2015

Leituras avulsas (4)





(Todas as análises de pessoas ou instituições não vendidas ao jogo ideológico da extrema-direita, denunciam o óbvio, a mentira e as sombras do poder autocrático da UE. Por cá, do governo à PR tudo confirma o alinhamento acrítico pelos privilégios de uma minoria, dos contabilistas contra as pessoas, os vícios do luxo contra o trabalho e a dignidade. Importa desmarcar essa agenda de destruição do humano que a direita, filha de Salazar anseia praticar nas praias tristes). 

Leituras - Jóquei

Certo que nos dedicamos
a mútuas peregrinações.
Exercitamos a respiração,
lutamos brigas orientais,
praticamos uma e sete vezes
a tradução do poema chileno.
Mas no fundo sabemos
que o que importa mesmo
é roçar a superfície negra
da pele do peito do anjo
que está vivo
que não dorme.
"DESMEMBRAMENTO DE UM SEMÍCIRCULO"

RETRATOS | MATILDE CAMPILHO from clara cavour on Vimeo.


Poesia de observação do mundo, do real, numa forma como um álbum de lugares, de visualizações do que é dado a ver e de como se relaciona com a imaginação e com as memórias. Poesia construída entre duas cidades, Lisboa e o Rio de Janeiro, o sol, as suas marcas nas pessoas, na alegria, mas também as sombras do amor e da morte e dos seus significados. Poesia muito fresca na sua ortografia, nas imagens que saltitam do real para o imaginado, para o que se descobre no mundo. Poesia de pessoas, do mundo.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

As lições de Yanis Varoufakis

Senhor libertai-nos do jogo perigoso da transparência
No fundo do mar da nossa alma não há corais nem búzios
Mas sufocado sonho.
E não sabemos bem que coisa são os sonhos
Condutores silenciosos canto surdo
Que um dia subitamente emergem
o grande pátio liso dos desastres. 

Sophia, "Da transparência". Geografia. Caminho. 1999.


Yanis Varoufakis não foi apreciado como Ministro das Finanças do governo grego. É natural como a luz raiada do golfo de Corinto, esse vento de luz não seja apreciada em comissões de fundações podres como as da UE. Yanis Varoufakis sabia do que falava. Conhecia economia e percebeu desde o primeiro momento que ele teria de conduzir uma luta tão difícil como a de Leônidas na batalha de Termpólidas, em que todas as sombras contam. Yanis Varoufakis revelou-se um outsider, numa organização que apenas gosta de betinhos bem vestidos, camisas italianas em perfumes de Hugo Boss. 

Todo a sua idumentária, o seu meio de transporte, a sua irreverência tornaram obsoletas as aparências de desastre que a UE servida pelos agiotas sempre proclamam desde o início dos tempos. A sua bravura foi imensa, pois na velha tradição grega revelou a ditadura instalada em corredores de papel, da coragem de plástico. Revelou uma luta pela dignidade e pela forma mais ampla do significa Ser.

Yanis Varoufakis desmontou a hipocrisia de anões como Portas ou Passos Coelho, apenas interessados na sobrevivência dos seus privilégios e revelou-nos que há democracias parlamentares que significam soberania de uma Nação e noutras, como Portugal ou França, apenas poder. A substância das suas afirmações conduziu-o para uma difícil relação com os instalados. Sei que aos pobres, aos pensionistas e aos desempregados de Atenas deu consistência, alimentou um sonho de dignidade.  

Compreendeu o papel da Grécia na luta pela Democracia e viu como um enorme monstro global, um novo Minotauro tem destruído a ideia base do trabalho, tornando a cobiça uma virtude. Teremos saudades dele, pois demonstrou que o que temos tido não são políticos, mas apenas contabilistas. Tudo isto não é pouco, sobretudo com um sorriso que alimenta uma coragem. A Democracia se é que a UE a quer é uma assunto de políticos e de cidadãos, não de agiotas.

domingo, 5 de julho de 2015

If it be your will - like a prayer


If It Be Your Will

If it be your will
That I speak no more
And my voice be still
As it was before
I will speak no more
I shall abide until
I am spoken for
If it be your will

If it be your will
That a voice be true
From this broken hill
I will sing to you
From this broken hill
All your praises they shall ring
If it be your will
To let me sing

If it be your will
If there is a choice
Let the rivers fill
Let the hills rejoice
Let your mercy spill
On all these burning hearts in hell
If it be your will
To make us well

And draw us near
And bind us tight
All your children here
In their rags of light
In our rags of light
All dressed to kill
And end this night
If it be your will

If it be your will - Leonard Cohen - 

(In this night of love and rejoice, your words seem to me so poetic and truth).

Feliz aniversário Mia!

Tudo o que tenho não tem posse:
o rio e suas ocultas fontes,
a nuvem grávida de Novembro,
o desaguar de um riso em tua boca.

Cansa-me ser quem serei
porque em tudo esse outro
se parece com o que sou.(1)

Mia Couto é um autor moçambicano que tem reinventado a língua portuguesa dando-nos territórios por onde se ligam a identidade de uma cultura, o património colectivo de uma comunidade, saltando fronteiras, dando força nova às possibilidades da Literatura. Há trinta anos a publicar títulos, recordamos Terra sonâmbula (1992), A Varanda de Frangipani (1996), A Chuva Pasmada (2004), O Beijo da palavrinha (2006), Pensageiro frequente (2010), Tradutor de Chuvas (2011), A Confissão da Leoa (2012) ou o mais recente Jerusalém. 

Mia Couto está imerso como pessoa na realidade de uma cultura de um país, ainda com restos de heranças coloniais, vivendo uma construção política e social com situações mal resolvidas vindas do processo de descolonização e que assim necessita de se olhar, de se pensar como conjunto humano. Tem sido esse o papel de Mia Couto e da sua literatura. Tem dado novas formas à linguagem integrando a riqueza humana e cultural de Moçambique, expondo a sua respiração, mas também falando sobre o medo e o que povoa o quotidiano de figuras quotidianas.

A literatura de Mia Couto constrói uma ligação entre o fundo africano e aquilo que pode ser uma "modernidade" no sentido de uma sociedade mais partilhada, mais coerente com os valores de uma matriz europeia. A sua literatura desmonta as lendas, os mitos tentando ligar o mundo rural e urbano, dando consistência a uma humanidade que se religa entre a realidade e um pensamento mágico. Mia Couto dá-nos um conjunto de valores de grande significado, pois ensina-nos que a memória e a cultura são factores de grande significado na identidade dos povos. É a mais nobre função da literatura

(1) Jornal de Letras, Ano XXXII, Número 1114

sábado, 4 de julho de 2015

A União Europeia - A afirmação de um novo fascismo

"[Os Europeus] já não acreditam no que existe, no mundo e no homem vivo; o segredo da Europa é este: ela já não ama a vida." (Albert Camus, O homem revoltado)


Goethe, Thomas Mann e Nietzsche pressentiram essa doença do espírito, a bactéria de onde ratos antigos emergiriam no seio de uma sociedade de massas, onde ao abrigo da mudança de palavras se mudariam as realidades, a percepção delas. Fenómeno dos anos trinta do século XX está de volta em contornos novos afirmando critérios semelhantes quanto ao desprezo pela vida e pela dignidade humanas. O tabu com que é usado só revela a sua emergência. 

A crise grega, mas também a portuguesa, o caso de Chipre e a Argentina dos anos setenta revelam o saque feito contra as pessoas para o enriquecimento de tecnocratas apátridas governados por silenciosos interesses políticos. A União Europeia tornou-se especialmente com a Comissão Europeia dirigida por Durão Barroso como uma instituição já sem vertente de solidariedade entre povos e como o mecanismo de domínio dos interesses geopolíticos da Alemanha. 

A recusa numa reforma institucional da própria União Europeia, os sucessivos tratados que negam uma ideia de longo prazo, o fim da Europa dos cidadãos, a emergência do poder das chancelarias, a não subscrição pela UE da Convenção Europeia dos Direitos Humanos do Conselho da Europa diz tudo sobre o poder tecnocrático em construção. Foi a Alemanha através desse exemplo de cidadania que se chama A. Merkel, a propor a entrada do FMI para os planos de resgate, assim como foi aí que nasceu esse instrumento de domínio chamado Troika. A Alemanha podia refinanciar-se a custos zeros e numa atitude não democrática, não decente e imoral a chanceler deste novo Reich impôs as medidas de austeridade, apoiando-se nos credores, famintos como tubarões de reembolsos, após ter inocentemente solicitado que colaborassem. 

O euro é só a redefinição continental do problema alemão após a 2ª Guerra e evoluiu da independência política para a económica. A UE está raptada por interesses de domínio de poderes não eleitos, não responsáveis. Todo o processo de grito da Grécia, única excepção de cidadania ma UE revela a má vontade e o desprezo das instituições europeias pela Democracia. Toda a Europa apenas sabe gritar dogmas em função de interesses particulares. O FMI deu outros tristes exemplos de hipocrisia e incompetência pois o Banco sediado na América não tem capacidade para resolver as questões de estados endividados no contexto de uma moeda única, onde não existe harmonização fiscal. 

A anacronia entre a Europa dos oligarquias  e a dos Cidadãos fez emergir uma nova forma de ditadura. Ditadura revestida de um imaginário de fascismo alimentado de partidos políticos que desistiram da sua tradição cultural e de agentes políticos que cultivam o niilismo, ou de media encharcados de "homens de negócios" dispostos a vender os seus emblemáticos produtos, os comentadores disfarçados de jornalistas sem espírito crítico. A demagogia do discurso da UE, os apolíticos que destroem as instituições. A profunda traição das "elites" escraviza milhões em produtos de consumo, em negócios de bancos. Os golpes de Estado ensaiados pela UE estão bem documentados. Basta não estar cego. Aqui.


sexta-feira, 3 de julho de 2015

A fábrica de uma ilusão - A União Europeia

"Sentir muito pelos outros e pouco por nós; refrear o nosso egoísmo  e exercer os nossos afectos benevolentes, constituem a perfeição da natureza humana". (Adam Smith)

O presidente Roosevelt, figura essencial na história americana do século XX tinha na sua secretária uma frase, uma epígrafe reveladora do seu valor moral, "The Buck Stops Here". Frase de uma dimensão cívica, reveladora de uma ideia institucional do Estado, a de resolver as questões que não tinham fácil resolução. Seria impossível ouvir esta frase nos salões de papel da União Europeia, ou de qualquer gabinete dos burocratas que alimentam a tecnocracia financeira de uma minoria. Pelo egoísmo dos privilégios, pelo poder de redes privadas de dinheiro e pela imoralidade cívica dos seus dirigentes. Neste processo alguns idealistas imaginaram que um novo fascismo social se deve unicamente aos últimos actores. A História, ela como sempre, mostra-nos que esse é apenas a primeira ilusão.

A Europa como realidade política não existe. Alguns imaginaram que ela poderia ser uma ideia de futuro, capaz de dotar a Europa de uma centralidade no mundo global e de desempenhar um papel essencial na política mundial. Durante décadas acreditaram muitos, que a Democracia e vamos acreditar que o Direito, como um dos seus fundamentos implicava a participação dos cidadãos numa comunidade política. Neste sentido a Europa política não existe. Dominada politicamente a partir do pós-guerra pela França e apoiada financeiramente pela Alemanha, é hoje só uma construção alemã.  A Europa não tem respostas para o mundo globalizado em que vivemos. Afasta os cidadãos, discute pormenores, os do orçamento dominados pela Alemanha e não faz qualquer esforço pela coesão social.

A sociedade aberta que o pós-guerra desenvolveu em muitos países europeus, incluindo a Alemanha que dela beneficiou tinha uma ideia, alimentada numa ilusão. Uma bela ilusão, mas ainda assim uma ilusão. Todos sabemos que é na ilusão que se forja o alimento dos fantasmas, não na confiança colectiva, suporte de uma sociedade regulada. Das ilusões às mais funestas utopias do medo, o caminho é curto. A União Europeia não é uma realidade política nem cultural, é uma utopia de burocratas construída em equívocos, desde os tempos em que a França e a Alemanha fingiam, uns que tinham o poder político e os outros o poder económico. 

A História na sua terrível clarividência revelaria os contornos deste equívoco. A Unificação da Alemanha em 1990 que muitos viram como um grito de liberdade, foi o anúncio intemporal da hegemonia de um Império. Cedo se percebeu que essa construção de liberdade que alguns identificaram na União Europeia era, é um instrumento de hegemonia financeira e política da Alemanha. Na verdade, a União Europeia não nasceu por idealismos de pós-guerra, mas de um interesse geopolítico da França e da Alemanha. 

A direita, a neo-liberal que se alimenta de frases feitas, a do Parlamento Europeu, da Comissão Europeia e de todos os governos do mundo, "tijolos que se julgam casas", vivem na abstracção de uma ideia de Europa sem valorização cultural, nem reconhecimento da dimensão humana. Não há solidariedade e tudo se justifica em nome de um ideal de feitiçaria. Foi nessa desvinculação que nasceu o nazismo e o extraordinário é que seja a Europa, pelos seus burocratas a redimensionar uma sociedade que pelos seus contornos faz a emersão num novo tipo de fascismo, social e económico. 

Uma leitura e um conhecimento da História do século XX após a 2ª guerra mundial confirma-nos que os contactos e acordos estabelecidos entre Jean Monnet e Robert Schuman procuraram enquadrar na década de cinquenta os crescentes interesses do fabrico do aço pela Alemanha. Prestígio político e poder económico. Foram esses os fundamentos da ilusão. Visão de sociedade participada e colaborativa está além dos ingénuos. Apenas para os que com a inteligência dos idiotas confundem memória com ideologia. 

Mendés France, primeiro-ministro francês em 1957, dizia-nos nesse ano, " a abdicação de uma democracia pode ser conseguida de duas formas, ou pelo recuso a uma ditadura interna concentrando todos os poderes  num único homem providencial, ou por delegação desses poderes num autoridade externa, a qual, em nome da técnica, exercerá na realidade o poder político, que em nome de uma economia saudável facilmente irá impor uma política orçamental, social (e) finalmente uma política..." (1)

Os contos de encantar que muitos diletantes comentadores aclamados em assembleias de políticos sem encanto, nem verdade fazem esquecer essa utopia nascida de ilusões. Uma utopia de países tão diversos só pode fazer nascer uma fantasia de opressão e domínio. A mudança de centralidade após a unificação da Alemanha explica a nascente ditadura da União Europeia que alguns ainda escondem em palavras ausentes de alma e veiculadas por instituições e pessoas sem coluna vertebral.

(1) Journal Officiel de la Repúblique Française, nº 3, 19 de Janeiro de 1957, p. 159-166.