"É por isso que lamento que já não se aprenda de cor. Aprender de cor é, em primeiro lugar, colaborar com o texto de uma maneira totalmente única. O que aprendemos de cor muda em nós e nós mudamos com isso, durante toda a nossa vida. Em segundo lugar, ninguém nos pode tirar isso. No meio dos porcos que governam o nosso mundo, a polícia secreta, a brutalidade dos costumes, a censura - e também temos isso na nossa casa sob todas as fomas -, o que sabemos de cor pertence-nos.
Sim, creio profundamente que quando abandonamos a aprendizagem de cor - e a criança pode aprender muito depressa, de modo admirável - se neglegenciarmos a memória, se não a mantivermos à maneira do atleta que exercita os seus músculos, então ela definha. Hoje, a nossa escolaridade é de amnésia planificada. A recitação é esquecimento e esvazia-os quando lhes tira aquilo de que são portadores, a bagagem interior. Fica-lhes com os lastro da felicidade para agrande travessia do mar que é a vida."
(Um livro muito interessante sobre essa ideia tenebrosa do relativisno cultural na educação e a afirmação clara,efectiva, da necessidade de acima das condições sociais dar aos alunos o convívio com Flaubert, Goethe, Yourcenar, Proust ou Wilde. Permitir as condições que podem formar uma alegria pela curiosidade, pela criação e pela liberdade)
Sem comentários:
Enviar um comentário