sábado, 11 de janeiro de 2014

Tintin

Há justamente oitenta  e cinco anos (feitos ontem) nascia no suplemento de um jornal diário, «Le Vingtiéme Siécle», uma das figuras mais populares da BD do século passado, Tintin. Criado por Hergé e publicado pela primeira vez a dez de Janeiro de 1929, é uma figura que preencheu o imaginário de sucessivas gerações de «jovens».

 Tintin, na figura de um jornalista, acompanhado pelo seu cão Milu parte para na sua primeira aventura, para a distante Rússia, tendo o primeiro álbum o nome de «Tintin no País dos Sovietes». Álbum que teve um imenso sucesso, mesmo nas reedições mais tardias. Este primeiro álbum fazia o retrato de uma sociedade cruel nos seus fundamentos. Sem ter sido feito com essa noção, acabou por dar uma ideia do que seria a Rússia, como sociedade humana, em longos anos do século passado.
 Mais de vinte álbuns sucederam a «Tintin no País dos Sovietes». Os Álbuns de Hergé eram desenhados como imenso profissionalismo, com recurso a uma equipa que estudava história, geografia, arqueologia, ciência no sentido de que as aventuras de Tintin se enquadrassem do melhor modo em diferentes temas e locais.
 Figura acompanhada por personagens igualmente originais, como sejam o capitão Haddock, os detectives Dupond, o professor Girassol, trouxe aos seus leitores diferentes geografias e formas de existência na sociedade humana, sempre com uma perspectiva de aventura e da descoberta.

 Tintin não é só uma BD com interessantes e bem desenhadas tiras, mas uma figura que nos ilustra  um período e uma atmosfera da história europeia quando os jornalistas tinham a nobre tarefa de conhecer outras culturas, divulgar essa informação, como suporte de um desafio ao serviço de ideais. Tintin é o reflexo desse espírito que procurava conhecer, aventurar-se pelo desconhecido, numa Europa que ainda procurava conhecer o mundo. 

 Em Lisboa, há alguns meses, o nosso herói também já tem uma  loja que expõe para os seus admiradores não só a sua obra, mas o seu imaginário. Em Fevereiro a Biblioteca irá dinamizar uma exposição relativa a Hergé e à sua original criação.


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