quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Os princípios do irrevogável!


« Portugal conhece uma democracia com um baixo grau de cidadania e de liberdade. (...) Portugal continua a ser, em muitos aspectos importantes, uma sociedade fechada,aberta à superfície, e fechada no interior.» (1)

É preciso abalar os fundamentos de hipocrisia com que as mentiras são vendidas nos media por uma julgada elite, que se promove na incompetência de interesses estreitos. Precisamos conciliar ideias, energias, inteligência para derrotar os que pretendem aniquilar a vida das pessoas decentes, dos que trabalham, do que constroem com o seu trabalho as possibilidades de uma sociedade.

É preciso escrever, discutir, cantar sobre os muros altos, com todas as trompetas possíveis, as da boa vontade, as da esperança, para combater os dogmas que se fundamentam na mentira ideológica, no real vendido por encomenda da sua conveniência e dos privilégios dos burocratas. 

É preciso aproveitar as oportunidades, os momentos para acordar da letargia que tem dado aos cidadãos uma ausência de instituições representativas, dos que apenas representam os seus valores mais reduzidos, sem nenhuma abertura à sociedade. Dos que fazem do exercício do acto político uma enciclopédia de banalidades. 

É preciso lutar contra um governo e uma corte de comentadores que fundamentam o exercício da representação sem qualquer referência pelos princípios, sem preocupações pela dignidade humana, apostando tudo no verniz e no lucro mis fácil. É preciso lutar contra esta prática de ignorar a justiça e de abandonar cada um à sua sorte.


O reset de atitudes pouco profissionais, pouco exigentes num sistema de saúde, em que o Estado não se obriga a ser digno, a fazer o essencial é inaceitável. A virtualidade dos actos educativos num sistema sem coerência para com o conhecimento é mais um dos sinais deste doença fatal - um país que se governa de fantasmas. A crise das instituições portuguesas está pois fundamentada nesta ausência de princípios fundadores no funcionamento dos elementos básicos da sociedade.

Atitudes e opções construídas no acaso de interesses privados fundamentam a acção governativa na escolha dos dois universos, nós e os outros, que procura não definir critérios de justiça, nem na oportunidade das medidas, apenas na fidelidade dos campos que pretende delimitar. É, assim do ponto de vista social perigosa, porque deteriora as relações sociais. Sem estruturação de pensamento, sem preocupações pelas pessoas, sem grandeza moral convida ao desprestígio das instituições, não promove o futuro.


Sempre a olhar para o horizonte, onde já não é a realidade que nos conduz, mas apenas a ideia que dela temos e nesse sentido nada precisa ser transformado, mas apenas adaptado a nós próprios. É a construção da ilusão. A História já nos deu suficientes lições para o perigo desta desmedida crença num futuro vazio de rigor e de pessoas que o possam construir com dignidade. É preciso unir vontades contra esta tirania que se visualiza todos os dias no sistema político português e assegurado por uma media acrítica e sem valor real de cidadania.


(1) José GilPortugalHoje O Medo de Existir, Relógio D´Água
(Imagem - Quadro de Marc Chagall, in http://www.Mindbodysmile.com)

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