terça-feira, 1 de abril de 2014

Leituras - Livro sem ninguém

"Não que o mal seja uma consequência necessária de toda a actividade humana. O bem é que carece de rasto e aina que o deixe, pode apagar-se. Conta-se uma batalha observando os seus despojos. Mas não há despojos no lugar de um harminioso piquenique em que os convivas agiram com civismo. 
Que se diz a rarefacção da erva, sem mais? Já um ramo partido e uma lareira sob esse ramo e uma mancha de sangue nessa clareira contam-nos o acidente que acabou com o piquenique. E, porque veio o mal, ficam os restos. Que são do mal, não do bem. Como os sapatos disarmanados que Robinson Crusoe encontra quando chega à ilha, que são do mal porque estão deirmanados.
Mas foi escolhida uma rua, e não uma ilha, e uma no - de Novembro a Outubro - para contar. E não foi um piquenique. Foi um ano ordinário com acontecimentos ordinários concentrados de forma extarordinária". ( do Prólogo) 

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