O
Conhecimento como forma organizada de compreender o universo, como
espaço físico e organizador da vida, é um processo que o Homem vem
procurando realizar, desde que os Gregos se aventuraram por estes
caminhos, no longínquo período clássico da História da Humanidade. A
preocupação por entender com uma linguagem própria aquilo que nos é dado
a observar foi perseguido por outros que marcaram a História da
Ciência.
Charles
Darwin que aqui hoje destacamos foi um deles. Nasceu a doze de
Fevereiro de 1809 em Shrewsbury, na Inglaterra e a sua atenção, desde
cedo se orientou para os fenómenos naturais. Estudou Teologia, onde
contactou com o estudo de temas ligados à Geoologia e à Botânica. A sua
vida e também um pouco a nossa alterou-se com a viagem que fez a bordo
do Beagle, que lhe permitiu recolher e observar para estudo fósseis e
amostras da Natureza.
Com A Origem das Espécies e A Origem do Homem apresentou uma teoria nova sobre o fundamento do mundo natural. Em A Expressão das Emoções
defendeu a ideia de que quer o corpo, quer a mente sofrem processos de
evolução. A ideia de que o Homem como espécie tinha evoluído de um
antepassado comum seria um terramoto no campo das ideias. A sociedade
burguesa do século XIX não podia aceitar as ideias que iam contra o seu
próprio fundamento.
Pouco
pensadores influenciaram tanto o mundo da Ciência como Darwin. A partir
dele a Natureza apresentou-se-nos com outro olhar. A teoria
evolucionista foi importante para a criação de outros campos
científicos. A Biologia, a Medicina, a Antropologia são exemplos dessa
procura da Ciência em se superar por fazer do mundo um todo inteligível.
A capacidade de o homem se pensar a si próprio é um contributo que
Darwin deixou.
Embora
as ideias que Darwin defendeu ao nível da evolução das espécies, da sua
adapatibilidade ao meio natural tenham sido importantes na abertura a
novos campos, elas em muitos aspectos não foram justificadas pela
recente bioquímica. O Homem parece ser bem mais complexo na sua natureza
do que aquilo que Darwin apresentou. É prudente reservar, tal como os
Gregos faziam (a hybris), uma conciência dos limites que o Universo
coloca às nossas acções.
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