A Civilização Grega - A vida quotidiana II (século V a.C.)
A
Civilização Grega não se distinguiu por no seu quotidiano ter
habitações muito luxuosas. A grande maioria da população vivia nos
campos e a este aspeto se adaptou. De qualquer modo, as habitações não
variaram muito entre o campo e a cidade. Ao contrário dos Romanos, os
Gregos achavam que a construção a privilegiar eram as dos edifícios
públicos, em especial os templos. A ostentação individual não atraiu
muitos os gregos.
As
suas casas eram simples, feitas de barro e madeira sendo o chão de
terra batida. As casa tinham genericamente um piso, detinham poucas
janelas que ficavam nos pontos mais superiores das paredes e eram
cobertas apenas por uma cortina. A habitação era construída a partir de
um pátio central, onde se concentrava um poço para reter a água das
chuvas e um pequeno altar da deusa Héstia, a deusa protetora do lar.
O
interior das habitações tinham diversas habitações. A casa grega
separava os espaços entre homens e mulheres. O androceu e o gineceu. No
androceu era a área reservada aos homens e que era interdita às
mulheres. Pela circulação de homens no androceu ele era quase um espaço
público no interior da habitação. O gineceu encontrava-se numa parte da
habitação mais reservada e por isso mais interior e recebeu esse nome
por ter aí os aposentes das mulheres, os gineceus. A habitação grega
tinha ainda espaços próprios para as crianças e para os escravos.
A
cerâmica grega que chegou até nós mostra-nos que na decoração das
habitações existiam os mesmos princípios que se encontram no desenho das
habitações: reduzidas peças e simplicidade. Mesas, bancos, cadeiras e
arcas eram o seu principal mobiliário. Na decoração da casa os mesmos
princípios de simplicidade, com a introdução de vasos e outros objetos
colocados nas paredes. Nas famílias mais ricas a introdução de tecidos
coloridos nas paredes tornavam a habitação mais alegre e sofisticada.
Apesar da simplicidade, existiram exceções. Por exemplo no androceu das
casas mais ricas o chão era coberto por mosaico de diferentes cores,
tamanhos e formas geométricas. Apesar de conhecerem o mosaico feito a
partir da pedra e do vidro não o usavam nas habitações particulares, de
um modo geral.
A
vida quotidiana da Civilização Grega foi marcada pelo trabalho
agrícola. Existiam os pequenos proprietários que faziam disso a sua
sobrevivência, os proprietários mais ricos que já tinham escravos e
faziam da exploração uma forma de construir riqueza e os grandes
senhores, donos de grandes propriedades, mas que faziam a sua vida na
cidade. Na Grécia cultivavam-se diversos cereais, como a cevada, o trigo
e ainda a vinha e a oliveira. Ao lado da agricultura criavam-se
diversos tipos de animais, como carneiros, cabras ou porcos, mas também
cavalos e vacas. A produção de mel e a exploração de colmeias
acompanhava a vida agrícola.
Os
artesãos que executavam diversos ofícios, como o trabalho do couro, do
ferro, do barro e da pedra estavam fixos na cidade e tinham espaços
próprios para a sua atividade. O comércio e o artesanato eram assim
atividades muito desenvolvidas na ágora. A compra de alimentos na ágora
era exclusivo dos homens, ficando as mulheres reservadas ao espaço da
habitação. As mulheres fabricavam tecidos em teares artesanais
verticais nas suas habitações. Os tecidos eram sobretudo os de lã ou
linho. Estes eram fiados à mão com uma roca ou fuso.
A
escravatura foi usada moderadamente na Civilização Grega, não tendo
atingido as formas de violências de outras culturas. Os escravos tinham
diferentes tarefas e podiam ser usados em tarefas domésticas, ou nas
atividades económicas. No entanto, os escravos usados nas minas de prata
e nas pedreiras foram os que tiveram uma vida mais difícil e assim não
se enquadravam no retrato geral da escravatura na Civilização Grega.
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