A Civilização Grega (800 a 500 A. C.) - O mundo helénico do século V a.C.
As
contínuas invasões que o espaço da Grécia continental foi sofrendo
criou a necessidade de procurar algum tipo de segurança e proteção e,
assim alguma forma de organização política. As dificuldades relacionadas
com um espaço montanhoso e de solo pouco fértil criaram outras tantas
dificuldades. A formação de cidades foi uma das respostas para superar
essas necessidades. Assim ao contrário de outras civilizações do Período
Antigo, a Civilização Grega nunca se constituiu num Estado organizado
centralmente.
As
invasões levaram à ocupação das melhores terras e tendo o espaço da
Grécia zonas de montanhas e encostas próximas das planícies, os
diferentes povos ficaram isolados uns dos outros. Nasceram e
creseceram cidades que eram autónomas umas das outras e que tinham
governos e instituições próprias. Nasciam as cidades-estado, designadas
de pólis, de que falaremos noutra publicação.
Neste
espaço continental, nas colónias e nas ilhas difundiu-se um conjunto de
características culturais que se estenderam às ilhas e às colónias
criadas. Nessas características comuns estavam a língua, a religião, os
costumes e as atividades económicas, muito influenciadas pelo comércio.
Entre os séculos VIII e VI a.C., registou-se um movimento de expansão e
colonização gregas por todo o Mediterrâneo e pelo mar Negro. Esta
expansão procurou resolver as dificuldades sentidas (pobreza do solo,
espaço alargado na costa marítima, frequentes invasões externas e
possibilidades comerciais).
As
colónias fundadas por uma cidade-estado mantinham as características
daquela na zona continental e davam a esse conjunto uma harmonia nos
costumes, na língua e nos valores culturais. A fundação de uma colónia
era algo feito de modo muito original, pois introduzia-se a consulta a
um oráculo em aspetos como a sua localização ou o tempo próprio para o
fazer. A coloniização era feita com recurso aos cidadãoes com mais
dificuldades que assim tentavam melhorar as suas condições de vida.
Interessante a ideia grega de levar um símbolo muito próprio, o fogo
sagrado da cidade continental, a metrópole, para as diferentes colónias.
Na
nova colónia os colonos ofereciam oferendas aos deuses (geralmente
animais) e iniciavam a construção de uma cidade semelhante à da
metropóle, de onde tinham vindo. A forma das casas e das ruas era feita
a partir do que existia na metrópole e, assim não havendo um estado
central havia uma ligação entre a metrópole e a sua cidade-estado e as
colónias. Isto permitou que em dois séculos o espaço da Civilização
Grega se alargasse da Península Bálcânica para um espaço desde o mar
Negro, na Ásia Menor até à Península Ibérica. Isso permitu que se
transformasse numa civilização de grande valor marítimo e comercial.
O
século V a.C., marca o apogeu da Civilização Grega, aquilo que se
designou como o mundo helénico. Distanciados por cidades-estado e pela
fundação de colónias, a Civilização Grega manteve aspetos comuns neste
grande espaço. Nas próximas publicações falaremos desses aspetos, desde a
organização social, as cidades-estado, a vida quotidiana e as
manifestações culturais.
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