A Civilização Etrusca (Séc VIII a II a.C.) - A arte Etrusca
A
Civilização Etrusca foi uma das mais importantes no espaço da Península
Itálica até à formação do grande Império Romano. São oriundos da região
a norte do rio Tibre, a oeste dos Montes Apeninos, ou seja a atual
Toscânia e formaram-se no século VIII a.C., no período da Idade do
Ferro. As origens da Civilização Etrusca não são claras existindo a
possibilidade de ter havido uma migração da Ásia Ocidental. Hoje
acredita-se que foram um produto da Península Itálica e do espaço do
Mediterrâneo.
A
Civilização Etrusca formou-se no contacto com diferentes culturas e é
notória a sua relação quer com os egípcios, quer com os gregos. As
cidades do norte eram mais dedicadas à agricultura e à metalurgia, pois
existiam boas jazida de ferro. As cidades do sul praticavam igualmente a
agricultura, mas tinham uma boa rede de relações comerciais no
Mediterrâneo, exportando objetos em bronze e importando diveros objetos
artísticos gregos.
A
Civilização Etrusca dominou grandes zonas do Mediterrâneo e acredita-se
que foram eles a colocar um ponto final na influência marítima dos
fenícios no Mediterrâneo. Tinham uma boa produção artesanal e produziram
obras de cerâmica de grande valor que nos fazem lembrar a cerâmica
chinesa. Produziam estatuetas e esfinges em terracota e madeira com
grande qualidade.
A
influência grega nos Etruscos é muito evidente, pois o seu alfabeto que
chegou a funcionar, como a base do latim, derivava do grego. A arte
grega influenciou muito a cultura etrusca e foi dessa influência que
nasceram os períodos mais importantes da Civilização Etrusca. Apesar das
influências gregas a arte etrusca teve um estilo próprio que a
identifica e a distingue de outras, no espaço do Mediterrâneo.
Há
na sua pintura uma ideia de alegria, jovialidade e movimento. A imagem
em cima, (Túmulo dos Leopardos em Tarquínia- sec. V a.C.) revela um
pouco esses princípios. No entanto alguma da arte que chegou aos nossos
dias dá-nos ao mesmo tempo uma ideia da efemeridade da vida e de como
ela se torna incontrolável. É muito interessante verificar que enquanto a
Civilização Egípcia olhava para a morte e para as decorações nos
túmulos com o sentido trágico da perda da vida, a Etrusca olha-a como um
movimento inevitável.
A
Civilização Etrusca acreditava na vida após a morte como uma
continuidade, mas sem um pensamento intelectualizado, como o fizeram
outras culturas. A decoração dos seus túmulos confirmam essas ideias. A
Civilização Etrusca pareceu organizar-se de um modo mais livre, pois
existem representações em sarcófagos que nos dão essa ideia de
participação de homens e mulheres em banquetes. A ourivesaria também
teve um grande destaque nesta civilização, nomeadamente o trabalho do
ouro, usando a técnica semelhante às filigranas, embora de maiores
dimensões (fusão de pequenos grânulos numa base que depois eram
revestidos de uma matéria vegetal).
Na
arquitetura a construção de templos e necrópoles, assim como pontes
foram muito difundidas e usavam a pedra e o barro como materiais de
apoio. Decoravam os túmulos com frescos e cerâmica. A pintura nos
espaços arquitetónicos era feita sobre uma camada húmida de gesso. Ao
secar a cor dos pigmentos e em reação com a cal do gesso tornavam as
cores fortes e vivas. è muito notória uma celebração à vida em peças
encontradas e expostas em Itália, na zona da Toscânia.
Algumas
das características mais importantes da Civilização Romana foram
herdadas da cultura etrusca. A fermentação de alguns cereais, da
produção de vinho, do pão, a cerâmica e o próprio desenho das casas
romanas a partir do século IV a.C., deve muito a esta grande
civilização. Ainda
é possível visitar alguns destes tesouros arqueológicos em Arezzo,
Tarquinia, Volterra e Orvieto, onde está construído um museu de
artefatos etruscos.
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