terça-feira, 22 de abril de 2014

O Dia da Terra 2014

"A civilização em que estamos é tão errada que
Nela o pensamento se desligou da mão
Ulisses rei de Ítaca carpeinteirou seu barco
E gabava-se também de saber conduzir
Num campo a direito o sulco do arado." (1)

O homem possuidor de um enorme bom senso e de uma inteligência cósmica aglutina-se na cidade pelo seu conforto secular, pela alegria de em comunhão com os seus vizinhos formular caminhos de civilização onde o natural e a memória são elementos de uma espiritualidade reconfortante. Este sonho capaz de redimir o Homem e dar significado à sua existência foi abandonado pelo superior valor de adormecer na luz das cidades perdidas com as moedas que guardam o futuro de todos os possíveis.
No dia vinte e dois de Abril celebra-se o Dia da Terra. A acção destruidora do homem sobre os habitats naturais é demasiado evidente. E até os santuários naturais, locais de reserva da vida natural estão ameaçados. Costumamos por postura de consciência adquirida expor neste dia todas as consequências da acção do homem e o conjunto de intenções, sempre grandiosas que os estados nacionais e os governos irão a partir de cada momento concretizar. Os governos e os homens prestam mais cuidado às moedas com que adormecem.

É pois um dia para despertar os que ainda não compreenderam a sacralidade da natureza, a nossa de pendência dos seus fluxos vitais, o seu arquivo das nossas memórias para uma organização social com sentido. Na medida em que ao Homem ainda não parece suficiente toda a destruição causada, com consequências sobre a qualidade de vida de milhões da espécie humana, olhemos para a Terra, a sua beleza indescritível e aquilo que futuras gerações poderão perder, um Planeta grandioso e fascinante. E o convite a que saibamos estabelecer nvos padrões para a manutenção da qualidade da água e do ar e para a  sobrevivência de muitos milhões de pessoas que vivem as dificuldades de uma utilização desajustada e irracional do Planeta. 


Sophia, "O rei de Ítaca", in O nome das coisas, página 42.

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