
É uma história antiga e nestes dias em que dominam os privilégios do pensamento utilitário é muito importante lembrar sempre e em profundidade cívica o que representou o Holocausto e como a dignidade, a esperança, a vida foi destruída em nome de nenhum valor. Primo Levi disse-o com clareza, "aconteceu aqui, na Alemanha, num país com uma cultura de referência, pode voltar a acontecer". É sobre isso, sobre o esquecimento que hoje se pratica que importa lembrar o nascimento de Anne Frank.
Sinal dos tempos é a preferência do Google em escolher como animação do dia no seu motor de busca, um campeonato de futebol, ao valor humano que representa a vida de Anne Frank. É necessário sobre essa espuma de contentamentos apressados, de interesses milionários de uma oligarquia burocrática também estar desperto para a lenta e escondida forma de esquecer a humanidade de cada um, da sua respiração.
Anne Frank nasceu em Frankfurt, neste dia no ano de 1929 e a sua história é a da coragem, da vontade e da esperança, de quem apenas tendo acabado de chegar vive já os aspectos mais dramáticos com que a natureza humana se ilude na conquista pelo domínio do seu semelhante. As suas fotografias, o seu livro, o seu memorial, o museu onde resistiu com a sua família durante largos meses é um marco para se conhecer o que os sistemas totalitários produzem à humanidade e um exemplo pela coragem, pela dedicação aos que lhe eram próximos.
O museu em Amesterdão oferece-nos um importante recurso com materiais diversos, fotografias, palavras, vídeos com linhas de tempo sobre a história da família Frank e sobre Anne, as suas palavras, a sua coragem que é também a forma de combatermos pela memória os que pretendem esquecer a nobreza de espírito, essencial a qualquer sociedade que se possa considerar digna da humanidade.
Imagem - Copyright: Museu de Anne Frank (Amesterdão)
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